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COVID-19 entre os povos indígenas do oeste do Paraná

A aldeia Avá-Guarani Tekoha Ocoy, localizada no município de São Miguel do Iguaçu foi a primeira comunidade a ser afetada pelo COVID-19 na região oeste do estado do Paraná, possuindo 24 casos confirmados da doença, e outros mais que apresentaram sintomas e aguardam confirmação através dos exames, até o momento os infectados estão sendo isolados na escola da aldeia, a comunidade abriga 210 famílias, cerca de 900 pessoas em um território de tamanho insuficiente (cerca de 250 hectares), causando naturalmente aglomerações de pessoas.

Além disso, entre os indivíduos contagiados da Tekoha Ocoy, boa parte deles são funcionários da Lar, frigorífico denunciado por não cumprir as medidas de proteção durante a pandemia e não suspender suas atividades, se negando também a dispensar os trabalhadores indígenas com recebimento de salário por fazerem parte do grupo de risco, conforme orientado pelos órgãos indigenistas da região, ao todo, 45 moradores da Ocoy trabalham nesse frigorífico, expondo-se diariamente ao contágio e à transmissão comunitária do vírus.

O Observatório da temática indígena na América Latina (OBIAL), vinculado à Universidade Federal da Integração Latino-americana (UNILA), em conjunto com o cacique Celso Japoty Alves e outras lideranças da aldeia, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e outros órgãos envolvidos no combate aos efeitos da pandemia para os povos originários, estão trabalhando na cobrança por medidas de proteção como distribuição de máscaras, produtos de higienização e cestas básicas, além do fechamento das entradas das comunidades, permitindo a entrada apenas para agentes da saúde e moradores que precisam deslocar-se cotidianamente para seus trabalhos na área urbana.

Algumas outras ações de enfrentamento à pandemia incentivadas e apoiadas por essas organizações junto aos moradores da aldeia foram a criação de comitês internos dentro da tekoha, o mapeamento dos indivíduos que trabalham nas cidades e que estão mais expostos ao contágio e das pessoas que conseguiram receber o auxílio emergencial do governo, levantamento da quantidade e proximidade de leitos em UTI’s disponíveis para pacientes de COVID-19 na região e a elaboração de um plano de ações conjuntas para evitar o contágio dentro da comunidade, além de pressionar a “Lar” e o Ministério do Trabalho para a suspensão remunerada dos trabalhadores indígenas, e revogação das demissões já realizadas. Atualmente, uma brigada com profissionais e estudantes da área da saúde do Hospital Municipal de Foz do Iguaçu e da Universidade Federal da Integração Latino-americana (UNILA) estão na Tekoha Ocoy prestando ajuda médica aos infectados.


Os membros da tekoha também estão pedindo doações online e físicas de utensílios de proteção, produtos de higiene e alimentação, e o dinheiro arrecadado será utilizado na compra desses mesmos materiais para o combate à pandemia, os dados para contato e doações se encontram na imagem abaixo.



Outra comunidade que também está fragilizada durante a pandemia é a Terra Indígena Guasu Guavira (Avá-Guarani), que faz parte dos municípios de Guaíra, Terra Roxa e Altônia, no oeste do Paraná. A aldeia teve o processo de demarcação do território anulado pela FUNAI durante a pandemia, deixando-os mais vulneráveis à ataques de fazendeiros e também à impossibilidade de apoio de instituições indigenistas formais como a própria FUNAI, por conta dessa situação a Comissão Guarani Yvyrupa também pede doações em dinheiro para tornar viável a sobrevivência dos moradores em seus territórios ancestrais durante a pandemia.


Dados para doações


Comissão Guarani Yvyrupa

CNPJ: 21.860.239/0001-01

Banco do Brasil

ag: 3560-2

cc: 27044-X




Referências



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